SENHOR, QUEREMOS VER JESUS
Introdução:
O perigo de uma perspectiva egocêntrica e o perigo de uma perspectiva obcecada por si mesma.
Minha igreja local costumava ter uma faixa sobre a plataforma que não podia passar despercebida por nenhum dos presentes. Ela trazia as palavras “Senhor, gostaríamos de ver Jesus” e é uma escritura encontrada em “João 12: 20-30” e, no contexto, estava relacionada a certos gregos que queriam uma audiência com Jesus. Esse é um tema que ressoa em meu espírito há mais de cinco décadas. No entanto, em nossos dias, em nossa “sociedade moderna e culturalmente governada”, essa atitude e aspiração foram muito enfraquecidas e substituídas por muitas outras atitudes, todas com o objetivo de atrair os outros e ser culturalmente aceitável.
Isso me levou a criar este blog e espero que ele seja informativo, desafiador, instigante e, acima de tudo, transformador.
A pregação tradicional muitas vezes tem a consequência não intencional de fazer com que o público se concentre interiormente e se fixe em si mesmo. Há um padrão familiar que se desdobra quase sempre, que é um sermão com – uma abertura fascinante, um corpo igualmente atraente e uma conclusão acionável. No entanto, ainda há a pergunta sem resposta sobre para onde vai o olhar das pessoas quando saem da igreja depois de ouvir um desses sermões cuidadosamente escritos. Elas podem ter saído com os olhos voltados para o interior, perdendo o potencial de mudança de vida e o poder transformador de uma mensagem centrada em Deus, saindo egocêntricas, se não tomarmos cuidado.
Então, aonde isso nos leva? Bem! Vamos dar uma olhada em alguns pensamentos que, espero, possam ser úteis para todos nós ao considerarmos nossa “Caminhada de Fé Pessoal” e para aqueles que, pela graça de Deus, esperamos ajudar e capacitar em sua “Caminhada de Fé”.
A conexão Gênesis 3: Entendendo a Gênese da Auto-Obsessão.
Para entender os perigos de ser egocêntrico, precisamos dar uma olhada onde esse padrão de comportamento surgiu pela primeira vez. O terceiro capítulo de Gênesis nos esclarece com um conhecimento substancial sobre a situação humana.
Ao nos aprofundarmos nesse versículo, descobrimos que há um tema consistente que emerge, que é a ideia de “nudez” apresentada pela primeira vez em “Gênesis 2:25”. O início do egocentrismo pode ser rastreado até o momento em que Adão e Eva desobedeceram à ordem de Deus, o que marca o ponto de virada na história humana. Desde aquela época, temos tido uma tendência consistente – que é inata à nossa carne desafiadora – de dar prioridade aos nossos próprios desejos e objetivos. Isso é resultado do fato de sermos carne rebelde.
É interessante notar que, na coroação do rei Carlos, parte do foco do dia se voltou para os manifestantes que declaravam: “Ele não é nosso rei”. Esse é o mesmo espírito que nasceu lá atrás, em Gênesis 3, quando a atitude dos corações era “Deus não é nosso rei”, e esse desafio continuou ao longo das gerações. As palavras familiares encontradas em “Romanos 1:28”, que dizem “…E, como não quiseram ter conhecimento de Deus, Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm…” são especialmente indicativas da rebeldia inerente à atitude da humanidade.
A conseqüência de se retirar a vida da Bíblia: Sufocar a essência da vida.
Em nossa ânsia de transmitir sabedoria e orientação, há o perigo, em nossa pressa de fornecer sabedoria e orientação a outras pessoas, de reduzir os ensinamentos da Bíblia a uma mera lista de verificação de coisas que precisam ser realizadas. Essa forma reducionista de pensar pode ter efeitos desastrosos, como tornar as pessoas mais egocêntricas e preocupadas consigo mesmas. Não é possível reduzir o significado da Bíblia a apenas uma lista de preceitos morais. Nós lhe roubamos o potencial de transformação que ela possui quando diminuímos o poder que ela tem de proporcionar vida.
Uma meta centrada no evangelho deve ir além do escopo restrito do autoaperfeiçoamento e nos chamar a uma consciência mais profunda do plano redentor que Deus tem reservado para o mundo.
No entanto, nós, que temos o grande privilégio de ministrar a outras pessoas, precisamos reconhecer que, em grande parte, nas últimas duas décadas, temos sido a base de uma abordagem equivocada da “Caminhada da Fé” e de uma crescente “Auto-absorção”. A falta de um ensino bíblico sistemático, regular e aprofundado e o ensino recebido por meio de muitas músicas de “autoapreciação e auto-realização, autopromoção, validação e auto-engrandecimento” que estamos definindo como “Músicas de Adoração” têm muito a responder.
O chamado para concentrarmos nossos olhos em Cristo, em uma cultura em que as pessoas são atraídas pelo apelo de tirar selfies, pode parecer contracultural e até mesmo difícil. No entanto, é nessa mudança intencional de foco que descobrimos a chave para a transformação genuína. À medida que os fiéis fixam o olhar no Salvador, a superficialidade da atual cultura da selfie é gradualmente substituída por um profundo senso de admiração, veneração e apreciação pelo amor altruísta que Cristo demonstrou aos seus seguidores.
Eles começam a experimentar uma profunda transformação em seus corações e mentes. Esse olhar transformador sobre o Salvador leva a uma maior sensibilidade à orientação do Espírito Santo, a uma compreensão mais profunda do caráter de Deus e a um desejo maior de viver em obediência à Sua Palavra.
Mas e quanto ao desejo de ter crentes mais conscientes? Essa é uma pergunta real que deveríamos fazer a nós mesmos, tanto como “indivíduos quanto coletivamente”. Se nossas observações têm visto principalmente indivíduos estressados tentando atender às demandas de uma infinidade de aplicações, talvez seja hora de fazer um experimento.
Em vez de nos concentrarmos no autoaperfeiçoamento, vamos incentivar as pessoas a se concentrarem em Cristo e observar a transformação que ocorre. O evangelho trata de Cristo e de Sua obra redentora em nosso favor, não de nossos esforços pessoais. Embora a atração de soluções rápidas para a conformidade possa nos seduzir, a colheita genuína está em mudar o foco do desempenho do ouvinte para a magnificência de Deus.
Transcendendo o eu: abraçando a mensagem da Bíblia centrada em Cristo.
A Bíblia é uma luz orientadora da revelação divina em meio ao caos do egocentrismo. A majestade inabalável de Deus é sentida em suas páginas, e o próprio Cristo é enfatizado. Em meio ao clamor da auto-obsessão, a Bíblia brilha como um farol de revelação divina. A sabedoria atemporal que ela contém pode provocar uma mudança drástica de perspectiva, que aumenta nossa consciência de Deus e volta nossa atenção para Seu Filho. Ao mergulharmos em sua sabedoria atemporal, podemos experimentar uma profunda mudança de foco, que eleva nossa consciência de Deus e direciona nosso olhar para Seu Filho.
Uma mensagem saudável, enraizada nas Escrituras, juntamente com o ensino fundamental, regular e ampliado, tem o potencial de transformar indivíduos em discípulos conscientes de Deus e focados em Cristo.
A verdadeira essência do evangelho é o fato da obra de Cristo por nós. Dentro da tapeçaria do evangelho, devemos reconhecer que a salvação não depende de nossas próprias obras. A complexa tapeçaria do evangelho deixa claro que nossa salvação não depende de nada que façamos. É por meio da graça incomparável e do amor imensurável de Cristo que encontramos a redenção.
Quando voltamos a concentrar nossa atenção em Sua obra por nós, começamos a compreender a verdadeira essência do evangelho, que é, como sabemos, uma mensagem de favor divino e favor imerecido. Nossa preocupação com o esforço pessoal desaparece, dando lugar a uma profunda compreensão do poder transformador de Deus em nossa vida.
The Transcendent Influence (A Influência Transcendente): Descobrindo a transformação por meio da contemplação de Cristo.
O desejo de ter crentes mais bem-comportados é uma busca pela promoção de uma comunidade de fé vibrante e autêntica, mas surge uma pergunta: Como podemos cultivar crentes que não apenas exibam um comportamento moral, mas também irradiem o poder transformador de Cristo? Se nossa experiência coletiva tem sido prejudicada pela visão de indivíduos pressionados que se esforçam para atender às exigências de inúmeras aplicações, talvez seja hora de uma mudança de paradigma. Em vez de perpetuar uma cultura de autoaperfeiçoamento, vamos embarcar em um experimento que incentive as pessoas a fixarem o olhar em Cristo e a contemplarem a magnífica transformação que se revela.
O evangelho não se trata apenas de nosso esforço pessoal; ele se concentra em Cristo e em Sua obra redentora em nosso favor. Embora a tentação de atalhos para a conformidade possa nos tentar, a verdadeira colheita está em redirecionar o foco do desempenho do ouvinte para a grandeza de Deus.
Há uma prevalência de sermões do tipo “Esforço Pressionado e Fé Baseada no Desempenho” que abundam. A que isso leva? Leva à ênfase predominante em aplicações voltadas para si mesmo e a um ciclo exaustivo de esforço, de medição e de luta contra o medo de ficar aquém. Entretanto, a verdadeira essência do evangelho está longe de ser uma busca incessante pela perfeição com base em nossos próprios méritos. Trata-se de abraçar a profunda verdade de que nossa salvação está em Cristo e em Sua obra consumada na cruz.
O evangelho nos chama a abandonar o fardo do desempenho e a abraçar uma fé saturada de graça que flui das profundezas de nosso relacionamento com o Salvador.
Isso nos leva a perguntar: Há necessidade de uma “Abordagem Experimental” para permitir que a multidão de crentes se liberte dos grilhões do esforço egocêntrico? Se sim, então é fundamental que ousemos trilhar territórios desconhecidos. Embarcar em um novo reconhecimento da graça experimental, que convida os crentes a redirecionar o olhar de seus próprios esforços para a pessoa e a obra de Jesus Cristo. Incentivar as pessoas a se envolverem com as Escrituras, mergulhando nas verdades transformadoras de vida encontradas em suas páginas sagradas.
Ao se debruçar sobre a beleza, a majestade e o poder redentor de Cristo, o coração e a mente podem ser cativados por Seu amor, misericórdia e graça, em vez de suas fraquezas, falhas, defeitos e impotência inerentes. Ao fazer isso, os fardos do autoaperfeiçoamento são substituídos por uma humilde rendição ao poder transformador do amor de Cristo, resultando em vidas que refletem o caráter de Deus e glorificam Seu nome.
Conclusão.
O chamado para desviar nosso olhar do egocentrismo para o Salvador é um convite libertador para a verdadeira transformação. Em um mundo repleto de auto-obsessão e da praga do comportamento narcisista perpetuado pela necessidade incessante de selfies, o chamado para fixar nosso olhar em Cristo é um farol de esperança e transformação.
Ao mudarmos nosso foco do esforço autocentrado para uma vida centrada em Deus, nós nos abrimos para as profundas realidades do evangelho.
Ao mergulharmos nas Escrituras, traçando o fio narrativo que aponta para Cristo, podemos começar a testemunhar a colheita da transformação em nossa vida e na vida daqueles que nos rodeiam. Vamos, como comunidade de fiéis, abraçar o chamado para fixar nosso olhar em Cristo, pois Nele está o poder de transformar corações, renovar mentes e acender a paixão de viver para Sua glória.